sábado, 26 de maio de 2007

Tarantino's Mind

Tarantino's Mind

quinta-feira, 10 de maio de 2007

O escritor perdido escrevendo

Meus personagens se tornaram frios para mim - já não preciso da companhia deles. E escritor que escreve sem a necessidade dos seus escritos pode se considerar a meio caminho de ter de velar pela sua própria Literatura; a minha está quase se provando natimorta.
Alguns protagonistas meus me fizeram cair de paixões e, de fato, tê-los como companhia - às vezes única companhia física (isso mesmo, física!). E, eu passava a sê-los e pensar dentro de seus cérebros. Todo escritor deve fazer assim, para que os conceitos de seus grandes personagens possam fluir. Quando você sentir que defeca, transa e come como algum deles, saberá que se tornou ele. Os pensamentos parecidos vêm com o tempo... Se o personagem é gay e você até então se achava hetero, descobrirá incrível prazer em observar os músculos enrijecidos dos pedreiros na construção vizinha... E se este mesmo pedreiro adentra as portas do seu lar, o auto-controle deve ser exercido para o bem-estar social.
Nunca entrei radicalmente em certos tipos de personagem. Exemplos? Nunca gostaria de ter um pensamento forte de direita, comprometeria minhas amizades e eu seria excluído de minha roda de amigos. Uma vez quase fui linchado em praça pública por tentar mostrar lados positivos em uma ditadura. Impressionante como as pessoas podem reagir à simples menção da palavrinha que começa com D. Tive de deixar o personagem mal-desenvolvido e preferi matá-lo mesmo.
Apesar de mutável, sou discreto. Sou mais de mudar pormenores, intimidades e assuntos internos. Assim, sou sempre o mesmo para a grande massa da sociedade.
Pois bem, tudo bem explicadinho sobre minha maneira de lidar com os seres que crio, ou que me criam, só que até pouco essa relação havia sido de amor e ódio, de companheirismo, de cio, de necessidade extrema... De uns temos para cá a nesga de luz findou, a réstia esmaeceu, a lâmpada rompeu, o sebo da vela derreteu e minha mutabilidade estacionou no tempo...
A vida agitada, cheia de metamorfoses, acalmou-se como um riozinho pacato de uma vila feliz no meio do nada. Quando pego uma folha para escrever, não há prazer, nem tempo, para ser o livro...
Minha alegria em escrever tem diminuído, só que não minha fama, que tem estado em estável crescimento. Tinha ganhado prêmios. O prêmio Tartaruga, por melhor Livro Infantil lido por Adultos; o prêmio da União de Leitores de Escolas Públicas como Escritor Revelação, quando lancei meu primeiro livro de sucesso; e o prêmio dos Acadêmicos do Norte, pelo livro com melhor título - A Pleura Machadiana em Aforismos Aliterados sem Ditongos e sem Hiatos.
Como visto: literatura declinante, reconhecimento ímpar.
Meus últimos livros seguiam a marca da repetição e da técnica comercial de escrita. Um verdadeiro leitor não veria espírito no que eu fazia. Podia ver, no máximo, uma ou outra boa piada, algumas idéias geniais e revolucionárias e só. Tudo do ponto de vista estético, nada criativo. E, ainda assim, os jornais diziam: "Um dos mais originais escritores do país - seu estilo é irreproduzível". Ah, os críticos podiam não saber me copiar, só que eu apenas imitava a mim mesmo.
Já ouvi certas pessoas falarem que não existe mais nada de novo, que tudo é copiado. Discordo veementemente dessas afirmações, várias coisas das quais escrevi foram diferentes de tudo que havia lido e presenciado. Claro que muitas características estão presentes em várias obras - o que se pode fazer se nós seres humanos somos tão semelhantes? Só que, do outro lado da discussão, há os que suprimem as barreiras do aceitável: caso dos meus críticos. Cada linha, cada parágrafo e até o alfabeto romano é considerado "altamente inventivo" quando eu escrevo. Puro exagero de pessoas sem fé em Deus.
Para se ter uma idéia do panorama, tenho agido assim com os personagens de meus livros, contos, novelas, etc. :
a) Histórico
Personagem masculino: general ou desbravador, belo e destemido. Se for para ser fraco, que seja um escritor ou pintor, inteligente, bonito e sensível.
Personagem feminina: Delicada, frágil, gostosa, seios fartos, transa como uma puta e age como um anjo. Envolve-se com o personagem masculino. Caso de ser diferente, é uma feminista de atitude que se apaixona pelo homem que lhe dá dignidade e mostra o quanto é imatura em sua luta. Termina apagada e só é citada no beijo final.
b) Cyberpunk
Personagem masculino: Nerd inteligente e bom de pontaria. Não precisa ter músculos para lutar contra mechs gigantes. Gosta de espalhar vírus via internet - que está em todas as casas, aparelhos e pessoas.
Personagem feminina: Gosta de usar dois revólveres, sabe socar, morder, cuspir e decepar partes do corpo. É pouco ligada ao mundo mecânico. Seu gênio selvagem só é amansado pelo homem protagonista.
c)Drama adolescente
Personagem bonito e pegador: Boa praça, divertido, gente boa. Ninguém tem nada contra ele, a não ser aquela galera que tentou traçar a loiraça da escola e se deu mal. Querem bater no personagem, só que ele é tão chegado que ficam sem jeito.
Loiraça gostosa: Incapaz de pensamentos complexos, tem trauma por causa do pai ausente e dos meninos que só relevam sua aparência física. Cai de encantos pelo personagem bonito e pegador, que disfarça mil amores para levá-la para cama e que termina com ela, para ficar de bom agrado.
Nerd que não pega ninguém: Joga videogame, se masturba, é a salvação para as notas dos descerebrados da escola. Ele escreve poesia, ouve boa música e se dedica às suas paixões femininas. Sua primeira vez é com a gordinha que usa aparelho.
Gordinha com aparelho: Transa com o Nerd e é xingada por todos.
Personagem negro: Quando tem um personagem negro, ele faz piadas burras, relembra a todo o momento que é negro e que vem de um bairro perigoso. Pode morrer sem perdas para a narrativa.
E estes são três exemplos da minha linha "criativa" nos últimos dois anos. Amontoado maciço de clichês. O que faço para não sair tão ralo assim é uma mudar uma ou outra coisa:
a) No romance histórico eu mostro uma visão diferente dos fatos, lembrando que a História é uma ciência inexata; o personagem principal tem arma exótica, diferente da espada; a dama trai o personagem principal e demonstra possuir desejo sexual.
b) O nerd pode gostar de algo mais analógico, como colecionar pedrinhas e brilhantes; a dark woman perde as pernas e passar a operar atrás de um computador, obrigada a superar o trauma; um dos dois personagens principais é um andróide e surge o conflito homemXmáquina; trama amoroso homossexual.
c) O boa praça é sensível e procura, loucamente, ser monogâmico; a loiraça gostosa possui estrias sem fim e uma cicatriz de cirurgia, por isso foge do pau como anoréxico foge do slogan "É impossível comer um só"; o nerd cria uma poção mágica e se torna o melhor futebolista da escola; a gordinha nerd se descobre gostosa para o padrão "norte-americano que come no McDonald's" e vai fazer filmes pornôs no exterior; o negro recita Shakespeare fluentemente.
Daí parte a falsa idéia de "mente altamente inventiva" ou a de "um escritor originalista".
O que fez minha literatura decrepitar a tal nível?
Encontrei a felicidade, aquela que destrói a solidão. Agora, tenho quem me ame, me abrace e dê carinho. Ao sair de casa, só dou risada, bebo feliz, fumo sem preocupações de saúde. Tá tudo tão ótimo como nunca foi. Meus livros vendendo bem, me garantem que eu tenha dinheiro de sobra para gastar feliz, coisa a qual não estou acostumado. Se vejo um pobre, ao invés de padecer com sua situação, dou-lhe dinheiro em troca de uma música, anedota ou história. Se vejo uma comunidade carente, procuro ONGs para ajudá-la - não existindo, eu próprio crio uma. Quando estou entediado, ligo para um dos meus vários amigos e vou beber, transar, dançar, ter prazer. Assim não me sobra tempo para angústia. E sem angústia não há indagação, e sem indagação falta hipóteses, faltando hipóteses c'est fini criatividade.
Na frente do computador, os contatos do MSN não me deixam escrever direito.
A angústia só sobreveio quando notei minha literatura definhando. Por isso estou escrevendo isto. Dou aleluia por estar fazendo literatura de verdade após dois anos jogados fora!
Escreverei mal para sempre?
Sei que pode parecer egoísmo se importar mais com a realização própria que com o bem-estar alheio, só que sou escritor, poxa! Não é me dado outras opções: preciso que um desastre aconteça e essa aura de boa sorte se esvaia.
Preciso de melancolia, falta de perspectiva e medo para voltar a manusear o teclado do computador direito. Que algum familiar meu morra ou que eu arrume uma namorada que me traia, faça-me sofrer, iluda-me, só que dê de volta minha alma de escritor. Vale a pena tudo isso, toda a dor, para que se possa progredir com a escrita que é a maior paixão de quem escreve.
Uma epidemiazinha seria uma boa agora. Uma literatura em cima de morte contagiosa, secreta e furtiva... Uma metáfora para os estranhos mecanismos do destino. Seria um best-seller digno.
Sim, admito, preciso da companhia de meus personagens de volta - não se abandona os amigos assim! Quero que meu cérebro se transforme em algo diferente a cada semana.
Não quero continuar nessa felicidade torturante, nessa alegria besta, nonsense e emburrecedora.
Cogito voltar à minha roupa de direitista e discurso extremista... Levar uns sopapos da esquerda será uma maneira fácil de se dar um pouco mal na vida...

terça-feira, 8 de maio de 2007

Já nas bancas!



Desde abril está nas bancas a novata revista Pixel Magazine, lançamento da editora Pixel Media. Ela vem com o slogan "Os Melhores Quadrinhos do Mundo" que é um exagero mercadológico, mas que chega bem perto da verdade. A Pixel Media firmou contrato com a DC para lançar produtos de três selos da editora: a Vertigo, a WildStorm e a America's Best Comics.

Outras editoras do mercado nacional pegaram o material desses selos e lançaram esporadicamente, em álbuns caros e luxuosos. Seguindo a tendência que tem apresentado lucros, a Pixel Media deveria fazer o mesmo... Mas não fez! Quando menos se esperava, a editora apresentou o seu projeto de um lançamento mensal, a um preço baixo para o nicho das hqs adultos. Nessa revista mensal, um mix de histórias de personagens famosos (tais como Constantine, Sandman e Monstro do Pântano) estaria disponível em narrativas independentes.

Num momento em que as HQs adultas e Graphic Novels ganham mais e mais espaço, embora custem cada vez mais, ter uma revista que comprove que nas bancas ainda se pode encontrar algo bem além de super-heróis em colantes e a um bom preço é algo a se festejar.

A editora revelou ainda que promete lançar álbuns luxuosos, mas em preços bem inferiores que os das concorrentes (cerca de 15 ou 20 reais a menos). Outra grande notícia que merece festas.

A primeira edição da Pixel Magazine traz quatro histórias assinadas pelo super roterista Warren Ellis e uma pelo deus Alan Moore. As narrativas aqui apresentadas não são lá as melhores, mas estão sensacionais para um número de estréia.

A revista promete bastante, e já há rumores de publicação de uma história desenrolada no Sonhar - reino do personagem Sandman. A Pixel Magazine vem suprir a necessidade de um veículo que publicasse histórias em quadrinhos adultas e diferentes por um valor acessível. A revista vale os dez reais cobrados por suas 100 páginas.

Se gostam de HQ, comprem-na.
Link da entrevista com diretor e editores da Pixel Media, no UHQ:http://www.universohq.com/quadrinhos/2007/entrevista_pixel.cfm Eles discutem os planos editorias da empresa.

segunda-feira, 7 de maio de 2007

História Conceitual do Rock Progressivo - Parte Um


Rock Progressivo

O rock progressivo (prog), surgido na Inglaterra, é um dos estilos de rock que amarga menos popularidade atualmente. Geralmente, só é apreciado por metaleiros e músicos que não comentam muito sobre o seu gosto "underground".
No entanto, há um punhado de anos atrás, o rock progressivo era o que havia de grande pra se escutar no mundo do rock.

O que é?

O Rock Progressivo, conceitualmente, se propõe a superar os limites - estéticos e conteudistas - do que, comercialmente, está em vigor no cenário do rock. Em um universo menor, o artista ou banda de rock progressivo desafia-se a mudar sempre, de álbum para álbum ou, o que ocorre freqüentemente, de faixa para faixa no mesmo disco. Para conseguir estes efeitos, eles tiveram de realizar muitas experimentações e misturas.
As primeiras bandas pegavam elementos da música clássica e do jazz fusion para dar cara nova às suas canções. Com o passar dos anos (e das décadas), muitas novas misturas foram sendo realizadas e dando origens a sub-gêneros do rock progressivo, tais como o metal progressivo, o post-rock, o krautrock, R.I.O., entre outras.
Uma das marcas registradas do prog são as músicas gigantescas, que ultrapassam os vinte minutos de duração, chegando até mais de uma hora em certos casos.

Quando?
O marco para a concretização da cena progressiva é o lançamento do LP "In the court of the Crimson King", da King Crimson, em 1969. Mas antes disso, ainda em meados dos anos 60, já existiam bandas importantes como The Nice e Soft Machine. No entanto, o King Crimson que alavancou o surgimento de bandas importantíssimas e que popularizaram o estilo. Entre elas, vale citar: Genesis, Yes, Pink Floyd, Emerson, Lake and Palmer (ELP) e Jethro Tull. Todas essas bandas eram bem diferentes antes do poético "In the court of the Crimson King", só que a influência do novo som foi tamanha que eles migraram para o novo estilo.
Na época, a cena Hippie já mostrava um certo declínio, e o Progressivo cresceu com isso, pois apresentava um conteúdo e uma estética complexos e mais obscuros também, reflexo dos medos acentuados pela Guerra Fria e pelas ditaduras.
Logo de começo, o Progressivo arrebatou fãs na Europa e em alguns países da América Latina.

King Crimson - In The Court of Crimson King


Como se originou?

O Progressivo surgiu do Rock Psicodélico misturado a elementos já referidos (música clássica e jazz fusion). Por isso, assinala-se os Beatles como uma das grandes influências. Grupos alemães, como o Tangerine Dream, introduziram o uso dos sintetizadores na música psicodélica produzida, e logo o instrumento migraria para o rock progressivo. Basicamente, o rock psicodélico continuaria a inovar sem muita preocupação com a ordenação do trabalho. Enquanto isso, o rock progressivo, que pode então ser visto inicialmente como vertente do rock psicodélico, leva a frente um experimentalismo mais trabalhado, porém menos espontâneo.

Genesis - Musical Box

Phil Collins na bateria e Peter Gabriel nos vocais.

Alguns álbuns essenciais:




















Diluindo Preconceitos

Desde o início do ginásio quem tem uma educação escolar mediana começa a internalizar a idéia de que as palavras possuem funções morfológicas, sintáticas e semânticas, mas as funções sociais para que se usam alguns termos são intrigantes e por vezes imperceptíveis... Não que cada um dos vocábulos do nosso idioma seja usado para uma única colocação social, pois que (ainda a nível de gramática) dentro de uma frase as palavras podem mudar completamente de significado e verbos passam a ser substantivos quando na posição de sujeito, imagine-se então a nível de sociedade, que possui regras bem menos definidas – e mais complexas – que a gramática.
Ainda assim, mesmo com a consciência da elasticidade e adaptabilidade dos empregos em sociedade das expressões da nossa língua, há alguns usos correntes para certas palavras. Tome-se como exemplo a conjunção adversativa “mas”, que dentre outros postos típicos, ocupa aquele infeliz de demonstrar preconceitos das mais variadas ordens com uma disfarçada relativização. Afinal, quem nunca ouviu uma frase parecida com “Lúcia é crente, mas é minha amiga”? Por vezes concluídas “brilhantemente” com algo como “Você precisa ver! Ela é super aberta, não é conservadora, é tão gente boa!”.
E os exemplos não se resumem de forma alguma ao do parágrafo acima. Outras colocações tão clássicas quanto ela são igualmente notáveis, tais quais: “Juninho é baiano, mas tá aí cara que não é preguiçoso!”, “Marcela é negra, mas pense numa negra bonita!”, “Vejo com bons olhos a entrada da mulher no mercado de trabalho, tenho colegas de trabalho fantásticas, mas não quero que a Mariana trabalhe. Eu ganho muito bem, por nós dois”, “Eu não tenho nada contra ‘viado’, tenho até amigo ‘viado’, mas se der em cima de mim, apanha!”, “Eliane é pobre, mas é limpinha” e “Alejandro é argentino, mas até que é camarada!” ou ainda “Marcos não tem as pernas, mas é tão inteligente, você precisa ver!”.
A lista de discriminações relativizadas e disfarçadas pelo “mas” (e agora “mas” não apenas enquanto vocábulo, mas enquanto a própria idéia de ressalva) é interminável e com certeza não se resume às formas mais tradicionais de opressão mostradas nos exemplos acima – intolerância religiosa, preconceito regional, racismo, machismo, homofobia, preconceito econômico, xenofobia e discriminação a portadores de necessidades especiais – sendo bem mais ampla e mostrando nuanças muitas vezes imperceptíveis do contemporâneo fenômeno de dissimulação de preconceitos.
A verdade é que as militâncias de grupos oprimidos tiveram grandes conquistas (ainda que muito aquém das reais necessidades) e o capitalismo neoliberal já percebeu nesses grupos uma enorme fatia do mercado consumidor, o que gerou na grande mídia – mesmo que de forma primária – o argumento de que “preconceito é feio”. O resultado é que os preconceitos não foram extintos, são na verdade cada vez mais imperceptíveis, disfarçados, internalizados e diluídos a um ponto que quase ninguém vê essas discriminações enquanto tais em certas ações. Por exemplo, pouca gente acharia machismo internalizado à sociedade certos atos de cavalheirismo ou o fato da maioria dos garçons sempre entregar a conta para o homem quando há um casal heterossexual de mesma idade e aparentando mesma classe social num bar, lanchonete ou restaurante.
A própria mídia ao argumentar que “discriminação é uma coisa feia” acaba mostrando preconceitos internalizados, e ajudando a sociedade a internalizá-los. A exemplo disso temos que os gays da ficção televisiva que, quando não mostrados com um humor debochado, nunca são afeminados nem se beijam. Porque será? Seria certo, então, a sociedade rir dos afeminados e aceitar os homossexuais masculinos “machões” no seu seio, mas não que eles demonstrem afeto em público? E as musas negras? Porque ainda são “da cor do pecado”? São, para a mídia, as brancas da cor da castidade? Essas são, sem dúvida, perguntas realmente intrigantes.
O fato é que, para muitos, essa relativização, disfarce e diluição de preconceitos é bem pior do que a mostra escancarada deles, pois dificulta a revolta e militância por parte dos oprimidos, já que a discriminação não é, muitas vezes, vista como tal. Pior ou não, é certo que internalizar preconceitos torna a quebra deles ainda mais difícil. As minorias não militam por ressalvas ou concessões, não lutam por um “mas”, e sim pela quebra total e absoluta dos preconceitos da sociedade. E pra você? “Eles estão até certos, mas exigindo muito”?

domingo, 6 de maio de 2007

Spider Emo


Se você não assistiu o Homem - Aranha 3, não leia isto. Ou leia. Você deve estar preparado para a decepção. E para muitas risadas também.
Primeiro, vamos falar sobre a confusão que estava no Iguatemi. As sessões mudando de horário (14:21, 16,26!). As filas eram áreas de conflito, com gente tentanto furar fila, gente pisando no seu pé... Parecia uma zona de guerra. E tudo pelo preço módico de R$ 17,00!
O filme foi...longo. Repetitivo. Logo na abertura, acontece uma espécie de "Previously on Spider Man...". Teve o Sandman, o Duede Verde e o Venom. Deveria ser excitante. Mas só o que me empolgou foi o Spider Emo que surgiu em certo momento do filme.
Tudo começa bem. Nova Iorque ama o Homem - Aranha. Peter quer pedir a Mary Jane em casamento. Mas é óbvio que nada ficaria assim por muito tempo.
O filme peca por seu excesso de conflitos e personagens. Mary Jane não anda bem-sucedidade profissionalmente e entra em crise. Peter, cego pela sua glória atual, não percebe. O Spidey nunca foi notório por seu tato. Harry (O tudo-de-bom James Franco) não perdoa seu amiguinho por matar seu pai. Peter arranja um rival, o fotógrafo Eddie Brock. Logo depois, ele descobre que o verdadeiro assassino de seu tio está a solta. Blá blá blá....
São muitos enredos, muitos personagens. O homem areia, interpretado por Thomas Haden Church, não me convenceu. Ele parecia quase robotizado, tanto interpretanto um cara que caiu em desgraça para tentar salvar sua filha, até quando ele andava.
Por sinal, os flashbacks do assassinato do Ben geraram erros de continuidade imperdoavéis para uma produção tão cara e repleta de efeitos especiais. Logo após fugir da cadeia, ele rouba uma blusa verde e uma calça. Aí no 1º flashback, ele mata o tio do Peter usando esta roupa e um casaco de couro. Olha, tudo bem, eu assisti o primeiro filme pela metade, mas será que a roupa era a mesma? Alguém sabe me dizer? Mesmo se for, no 2º flashback, o Sandman-to-be usa o tal modelito, mas desta vez sem o casado. No terceiro flashback, BAM, olha o casaco lá de novo.
E as cenas de ação empolgam no começo, mas depois cansam. Quem não sabia que os caras malvados iam usar a MJ como isca para Peter? Quem não sabia que ele ia salvá-la no final?
Agora vamos para a parte engraçada. O Aranha virando emo. O Peter é largado pela Mary Jane e fica mau. Sim, eu também estou rindo.
O Spidey continua a usar a sua roupa preta (uma espécie de meleca alienígena, Venom) e com isso ele fica, bom...safadinho. Saí paquerando por aí, dançando - mal - pelas ruas, com direito a dançinha a lá James Brown. Só faltou tocar "Super bad".
E este foi o ponto alto do filme.
Vá ao cinema para assistir o rebolado do Tobey Maguire. E por isso só.

Boa - noite e bom ínicio de semana pra vocês!

sábado, 5 de maio de 2007

Links Patrocinados

E aí eu fico pensando...




... onde foi parar a conquista? O que fizeram do romantismo?

Esses tempos modernos... tsc tsc.

S.

sexta-feira, 4 de maio de 2007

Adeus, Dogão!


Para quem comprar a SuperInteressante deste mês (ou freqüentar este blog), comer um suculento cachorro-quente vai se tornar mais difícil. A reportagem "Dentro da embalagem" traz informações sobre diversos produtos: ketchup com ingredientes de cimento, gases bélicos no creme de barbear, soda cáustica no shampoo e por aí vai...

Ok. Eu sempre soube que a salsicha, assim como o hambúrguer do MC, não era feita de boa coisa, mas também não imaginava que usavam tanta porcaria para, literalmente, encher lingüiça. =
O

Carne mecanicamente separada
No início, é o frango. Depois que a desossa manual tira o peito, a coxa e a sobrecoxa, o que sobrou vai para a prensagem mecânica. Ali é extraída a carne dentre os ossos, que sai da peneira em forma de pasta (ecate!). Sem esse processo, boa parte da carne iria para o lixo. É nojento - e mais barato.

Pele e miúdos de suínos
Se só tivesse carne, a salsicha seria dura e cara. A pele de porco cozida é fonte de proteína de gordura e de colágeno (uma gelatina que deixa a mistura macia). O coração (ai, ai) dá cor à massa, já que é rico em mioglobina. Já os outros componentes (fígado e rins) não têm função certa, ou seja: enchem lingüiça.

Água, proteína de soja e amido
Uma invenção brasileira. Para substituir parte da gordura, as indústrias nacionais usam água. Para reter essa água, é preciso adicionar proteína de soja e amido. Essa soma reduz a quantidade de gordura (ô, pelo menos alguma coisa "boa").

Tripolifosfato de sódio

Coadjuvante do sal, ajuda a manter a gordura misturada à massa ("massa"... Deus é mais!!!).

Aroma de fumaça ¬¬"
É como comer fumaça em pó. A fábrica destila a fumaça na água, filtra as impurezas e seca à solução. O pó restante é acrescentado à massa, dando aquele sabor de defumado (era só o que faltava...).

Bem, acho que todo mundo sabe o que é urucum, então essa parte eu vou pular.

Carmim de Chochonila
Corante extraído da fêmea do Dactylopius coccus, um besouro que não mede mais que 5 mm. Secado ao sol e depois triturado, vira um corante vermelho que é muito usado em iogurtes, sorvetes e recheios de bolachas. Para cada Kg do pigmento, vão 150 000 besouros!!!



Vamos repensar o cardápio das nossas sessões de DVD, ok? Agora só pipoca (e brigadeiro e coca. =])

S.

terça-feira, 1 de maio de 2007

Sessão Retrô

The Beatles Cartoons

"The Beatles Cartoons"foram exibidos em Setembro de 1965 onde ficou até Abril de 1969 na Rede de Televisão ABC, nos Estados Unidos. O desenho foi um sucesso em sua época e renderam ao todo 40 episódios recheados de boa música.
Em cada um dos episódios havia uma história onde o enredo era uma das músicas do assediado quarteto de Liverpool, Paul, John, George e Ringo.
Para os Fãs e simpatizantes dos Beatles, através do acervo de vídeos do You Tube, é possível rever estas raridades e se divertir com as aventuras dos jovens músicos Britânicos pelo mundo ilimitado do desenho animado.

Links:

* Twist & Shout
* I'll Follow The Sun
* Penny Lane
* Paperback Writer
* A Hard Days Night

Outros vídeos clique aqui

Jeff Buckley

Jeffrey Scott Buckley, mais conhecido como Jeff Buckley, foi um cantor, compositor e guitarrista Norte Americano e considerado, por muitos críticos, uma das maiores revelações de sua época. O cantor, porém, teve sua vida e carreira interrompidas em um simples mergulho no rio Wolf River, onde afogou-se, em 1997.


Nascido em 17 de novembro de 1966, na cidade de Anaheim, California, EUA, Jeff sempre foi um jovem muito ligado à música. Com muitas influências do Folk, Blues, Rock e Jazz, ao terminar o colegial, chegou a conclusão que queria seguir carreira musical e para não ser comparado ao seu pai, o cantor Tim Buckley, resolveu estudar inicialmente guitarra no G.I.T. (Guitar Institute of Technology).

Em 91, Jeff participa de um show em homenagem a seu finado pai e para supresa do público, ele resolveu cantar. Em poucos minutos impressionou a todos com o seu talento e conquistou a admiração de Gary Lucas, ex-guitarrista da banda Captain Beefheart, juntos montaram a banda Gods and Monsters. A Banda estava indo de vento em popa, porém Buckley não queria restringir suas ambições musicais e resolveu abandonar o projeto para seguir carreira solo.

Em 92, acompanhado apenas de sua poderosa voz e de uma guitarra, ele começa a se apresentar em um Bar Nova-iorquino chamado "Sin-è". Suas performances ao vivo e suas composições criativas, conquistaram o público local e não tardou que reconhecessem o seu talento. Ainda no mesmo ano, ele assinou um contrato com a Columbia Records e pôs no forno seu primeiro álbum solo.

Jeff Buckley - The Way Young Lovers Do live (Ao vivo no Sin-È).



Grace, nome do álbum, foi lançado em 1994 e é de imediato aclamado pela crítica e por artistas como Bono, Paul McCartney, Jimmy Page (“Quando o Plant e eu vimos ele tocando na Austrália, ficamos assustados. Foi realmente tocante”). Entretanto, Grace vendeu muitos menos do que o esperado. O seu som era considerado muito leve para as radios alternativas e pouco comercial para as FM.

Em 1996, ele inicia a produção de segundo álbum. A gravadora pressionou para que Buckley fizesse músicas mais comerciais. Ele, contrariando o que lhe pediram, contratou Tom Verlaine, do grupo Television, para a produção do álbum. Quase no fim das gravações, Jeff não estava satisfeito com o resultado e resolveu não lançar o álbum. Com isso, ele se empenhou em compor novas canções e faz isso até Maio de 97, quando enfim resolve chamar os integrantes da Banda para as gravações, realizadas em Menphis, cidade onde ele residia na época.


"No dia 29 de maio de 1997, helicópteros sobrevoavam o Wolf River em busca de uma pessoa que ali havia desaparecido. Segundo relato do amigo Keith Foti, Jeff Buckley resolveu parar para nadar naquele rio antes de se encontrar com sua banda. Depois de alguns minutos, Foti foi até o carro para guardar alguns objetos, enquanto ouvia Jeff nadando e cantarolando “Whole Lotta Love”. Quando voltou, não viu mais nada. Ele gritou por “Jeff” por quase dez minutos e, não obtendo resposta, decidiu chamar a polícia. O corpo de Jeff Buckley foi encontrado só uma semana depois, dia 4 de junho, perto da nascente do rio Mississippi." wikipedia.

“Sketches for My Sweetheart the Drunk”, seu álbum póstumo, foi lançado em 1998. Nesse álbum estão músicas que Jeff havia composto com Tom Verlaine e canções nas quais vinha trabalhando antes de morrer. Apesar da morte trágica, Jeff Buckley vem cada vez mais conquistando novos fãs, sendo reverenciado ternamente. Artistas como Coldplay, Muse e Nelly Furtado não cansam de mencionar Jeff como suas principais influências. Além disso, “Grace” vem constantemente sendo citado como um dos melhores álbuns de todos os tempos. Quem conhece a obra de Jeff Buckley sabe que isso não é exagero.

Site oficial

Documentário da BBC sobre Jeff Buckley - Clique Aqui.

Clipes e apresentações ao vivo:

Grace
Last Goodbye (Acústico)
So Real
Forget Her
Lover you should've come over (Ao Vivo)


Discografia:

* 1993 - Live at Sin-é
* 1994 - Grace
* 1995 - Live from the Bataclan
* 1998 - Sketches for My Sweetheart the Drunk
* 2000 - Mystery White Boy
* 2001 - Live a L'Olympia
* 2002 - Songs to No One 1991-1992
* 2002 - The Grace EPs
* 2003 - Live at Sin-é (Legacy Edition)
* 2004 - Grace (Legacy Edition).

Videografia:

* 2000 - Live in Chicago

Premiações e indicações:

* MTV Video Music Award Melhor artista iniciante pelo vídeo de "Last Goodbye", 1995.
* Triple J Hottest 100 ganhador de Melhor Música Composta de Todos os Tempos com a música "Last Goodbye", 1995, na 14° colocação.
* Grammy Award indicado a Melhor Cantor de Rock por "Everybody Here Wants You", 1998.

U2


Muitas pessoas devem odiar o U2 e achar a banda poser e comercial. O cantor Bono, por exemplo, tem a fama de solidário e humanitário, ao mesmo tempo que é considerado um megalomaníaco.


De qualquer forma, é praticamente indiscutível a qualidade musical da banda. Pra quem gosta, ou quem quer conhecer, duas músicas pouco usuais da banda nos links abaixos.


Aproveitem a Música!