sexta-feira, 8 de junho de 2007
















É impressionante como o cinema consegue nos transmitir lições e nos entreter simultaneamente. A sétima arte (que para muitos deveria ser a primeira) consegue aguçar todos os níveis de mentes, ou seja, desde alienados que absorvem apenas as cenas de sexo e violência até as mentes mais privilegiadas, que conseguem captar por trás das mesmas, mensagens que o sagaz diretor quis passar. Esse poder democrático do cinema nenhuma outra das seis artes (Música, Dança, Teatro, Escultura, Literatura e Pintura) possui. Calma. Não digo que o cinema é superior às outras formas de expressões artísticas. Apenas vanglorio o que acredito que seja a maior falta da nossa nação tupiniquim: a inclusão intelectual. Enfim... Deixem-me explicar. O que quero dizer é que apenas o cinema tem um grande alcance dentre a população de todas as faixas etárias e consegue fazê-las pensar. Afinal de contas, sejamos honestos. Ainda são raras as pessoas que vão assistir a um VERDADEIRO espetáculo de música ou dança, que visitam com freqüência museus ou exposições de arte, ou ainda que lêem ao menos um bom livro por mês. O mundo globalizado entra em choque com a verdadeira democratização desses outros meios artísticos e o cinema foi a única forma de expressão que conseguiu se privilegiar nesse novo mundo.

Além do poderoso alcance demográfico que o cinema tem, a capacidade de penetrar nas almas dos seus expectadores é única. Quem assistiu a “Patch Adams- o amor é contagioso” e não ficou inebriado com o espírito daquele médico? Quem assistiu a “Little Miss Sunshine” e não pensou que podia ser a sua família dentro daquela Kombi? É impossível assistir a filmes como esses e não se transportar para a sua realidade, seja ela o mundo de guerras e fantasias de “O Senhor dos Anéis” ou ainda o ponto de ônibus mais famoso de Hollywood, mostrado em “Forrest Gump”. Isso torna o cinema apaixonante e me faz pensar que são momentos como esse que tornam do cinema uma arte plena, como todas as outras seis.

Certa vez o pintor Pablo Picasso disse que “a arte varre da alma o pó do cotidiano”. O cinema, como forma de arte mais democrática de todas, tem o poder de despertar em cada um de nós um ser social e humano ao mesmo tempo em que nos proporciona o entretenimento. Seu grande mérito é alcançar as almas de milhões de expectadores de todo o planeta e despertar em cada um particularmente seus sentimentos e instintos mais escondidos. Os músicos, dançarinos, atores, artistas plásticos e escritores que me desculpem, mas acho que o título de sétima arte é muito pouco para a mais particular e democrática de todas elas.