segunda-feira, 30 de abril de 2007

Poesia

As uvas de Neruda nunca verteram lágrimas,
Enquanto ele cantava o Homem, puro e preso à terra.

No entanto, ao cantar o Amor, a terra era trampolim
Para um novo ser, mítico, saltar o cosmo.

Na voz barbuda de Ginsberg,
Ou os humanos vivem, ou se matam
[na verdade, uma ação apóia a outra.

E seus Amores, são selvas de sêmen enlameado,
Entre as coxas e ânus de homens inteligentes e jovens.

Para Vinícius de Moraes, o Amor pode ser relativizado,
Que seja eterno enquanto dure.

E a vida vai sendo uma teia de affairs, de beijinhos
De saudades e dores. As pessoas são transitórias, pois a necessidade do Amar
[esta é uma só.

Quando o Amor se abriu em mim, não pensei em Neruda,
Não fez sentido Ginsberg e ri de Vinícius.

Minha tese se fez outra, minha poesia também.
Ergui a voz contra esses estranhos, mesmo poemando como eles.

Meu Amor é Sonho puro, e se manifesta estranhamente em sofás e praças.
Um violino misterioso já tocou em sua homenagem
[a qual ninguém foi convidado.

O Amor é a missa diária do meu Ateísmo. É o maior dos colossos,
Aquele que pode substituir tudo, se necessário
[amigos, família, conhecidos.

O Amor é uma interrogação renitente, que devora os amantes pelo seu mistério.
A única certeza que se leva, é de que sua alma bailou em algum lugar
[bem longe daqui e deste corpo.

Um comentário:

Nelson Oliveira disse...

Neruda serviu pra algo. =P